O Vôlei da Escola São Domingos representou o Espírito Santo nos JEB’s 2021. O técnico da equipe abriu o jogo sobre os processos que levaram à conquista.
por Thiago Basílio
A pandemia trouxe diversos desafios para o treinamento esportivo. Mas as inúmeras barreiras não foram suficientes para impedir o progresso do Time de Vôlei Masculino Infantil (12 a 14 anos) da ESD, escolhido para representar o Espírito Santo no Jogos Escolares Brasileiros, maior competição esportiva estudantil do país. O evento foi sediado no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, entre os dias 28/10 e 5/11. A bagagem de retorno veio mais pesada com muitas experiências, boas lembranças e, principalmente, uma histórica medalha de bronze. Para falar sobre o caminho da vitória, conversamos com Guilherme Abreu da Fonseca, professor de Educação Física e técnico do Vôlei da ESD.
Blog – O Time de voleibol masculino infantil da Escola São Domingos representou o Espírito Santo nos Jogos Escolares Brasileiros e conquistou a medalha de bronze. Como foi a trajetória da equipe na competição?
Guilherme – Estávamos em um grupo complicado, com Rio de Janeiro (time da casa) e Distrito Federal. Fizemos bons jogos, mas terminamos a fase na terceira colocação. A partir daí, começou a fase eliminatória, onde enfrentamos a equipe do Amapá nas quartas de final. Fizemos um bom jogo e vencemos, o que nos colocava entre as quatro melhores equipes da Série Bronze. Na semifinal, enfrentamos a equipe de Roraima, que foi campeã, e infelizmente perdemos. Ainda teríamos a disputa de terceiro lugar contra a equipe de Sergipe. Os meninos conseguiram recuperar o emocional e vencemos por 2 a 0. Acredito que tenha sido nosso melhor jogo!
Blog – O que representa essa conquista para o Espírito Santo e a Escola São Domingos?
Guilherme – Recomeço. Depois de mais de um ano com todas as atividades esportivas escolares paradas, em função da pandemia, o simples fato de voltar a competir foi uma vitória. Percebi esse mesmo sentimento em vários técnicos e atletas durante a competição, todos felizes em retornar para o ambiente dos Jogos Escolares. Poder proporcionar tal experiência a esses meninos é uma energia indescritível. Tenho certeza que eles jamais esquecerão o que passaram nos JEB´s. Não posso deixar de citar as famílias e toda a comunidade escolar neste processo. Foram tantas mensagens de incentivo ao longo da competição que fica até difícil agradecer uma por uma. Foi muito importante esta mobilização e confiança de todos.
Blog – Como foi o jogo que concedeu a medalha à equipe?
Guilherme – Sem dúvidas foi nosso melhor jogo na competição. A disputa do bronze sempre é um jogo difícil, principalmente pelo aspecto emocional, afinal as duas equipes vinham de derrota nas semifinais. Confesso que conversamos pouco logo após a derrota na semifinal. Procurei escolher o melhor momento para isso, e foi justamente no dia seguinte, quando chegamos ao ginásio para a disputa do bronze, que sentamos todos no meio da quadra, tivemos uma excelente conversa e, ao final dela, tive a certeza que ganharíamos o jogo. Vencemos o Sergipe por 2 a 0 e garantimos a medalha de bronze.
Blog – Vocês esperavam essa colocação?
Guilherme – Sinceramente não. Foi tudo muito rápido. Retomamos os treinos em setembro e com duas semanas chegou o convite para os JEB´s. Tínhamos alguns alunos que já faziam parte da equipe e outros que foram convidados a treinar após o torneio de voleibol na Gincana do Estudante. Em pouquíssimo tempo conseguimos montar uma equipe para participar dos jogos sem saber exatamente o que encontraríamos após tanto tempo sem competir. Durante o campeonato, a evolução aconteceu jogo a jogo e fiquei bem surpreso com a velocidade do progresso.
Blog – Além dessa medalha, quais outros títulos os times de vôlei da ESD conquistaram em 2021?
Guilherme – Com apenas três meses de treinos, além dos JEB´s, participamos de um quadrangular sub-15 com três equipes da escola, sendo duas femininas e uma masculina. Conquistamos ouro e bronze na primeira categoria e prata na segunda.
Blog – Como funcionam os times de vôlei da ESD e como é o processo para o estudante fazer parte?
Guilherme – As escolinhas sempre foram a principal fonte de origem dos atletas. Os alunos que se destacam durante as aulas são convidados a fazer testes para ingressarem nas equipes de competição. Paralelo a isso, procuro acompanhar os recreios e as aulas de Educação Física, no sentido de identificar estudantes com um perfil que considero interessante para o esporte de competição. A ajuda de toda a área de Educação Física é fundamental. O JIESD também é um evento importante nesta captação de atletas, onde a competitividade está muito presente.
Blog – Quais são as principais metas e planos para 2022?
Guilherme – Em primeiro lugar, retornar forte com as escolinhas. Elas são o combustível das equipes de competição e a procura já está muito grande, mesmo antes do ano encerrar. Em relação aos times, o principal objetivo é solidificar o trabalho iniciado em 2021. Focaremos principalmente nas competições escolares, e, quem sabe, retornar ao JEB´s, desta vez com as equipes masculina e feminina. Participaremos também das competições promovidas pela Federação, que são importantíssimas no processo de preparação dos jogadores. Uma novidade para 2022 será o projeto de intercâmbio esportivo de voleibol nos Estados Unidos, considerado escola referência da modalidade no mundo.