Estudantes do 8º ano participam de simulação de julgamento

As turmas do 8º ano do Ensino Fundamental foram desafiadas a simular cada um dos componentes de um julgamento real, interpretando as ações de um juiz, advogados de defesa e acusação, corpo de jurados e réu.

A ré foi Capitu, personagem do polêmico livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. Afinal, quem não fez o seu julgamento pessoal, relacionado ao fato de Capitu ter traído ou não Bentinho ao ler essa obra?

Isso também aconteceu com nossos alunos, após terem lido e estudado a história, considerando o comportamento social da época retratada, os sentimentos contraditórios de Bentinho, a ambiguidade do comportamento de Capitu, o caráter do narrador e a suspeita de adultério.

Ficou, então, para o dia do julgamento a decisão tomada por cada aluno acerca de Capitu ser considerada culpada ou inocente da acusação de traição, com base nos argumentos retirados da narrativa e utilizados pelo promotor, advogado de acusação, advogado de defesa, Bentinho e Capitu.

Os alunos foram devidamente preparados para cada papel desempenhado, conhecendo previamente como é realizado um julgamento e a função de cada membro que dele participa.

O resultado final foi uma grande imersão em dois mundos novos: o de Machado de Assis e o do judiciário brasileiro.

O advogado de defesa de Capitu foi o aluno Davi Saad Rabello, do 8º F, que desempenhou muito bem o seu papel. Ele observou cada detalhe quando leu a obra, inclusive a linguagem não verbal (imagens), o que fez com que ganhasse o julgamento.

Davi contou que, desde o início da leitura do livro, acreditava que Capitu era inocente, o que o ajudou a construir a defesa da personagem.

“Eu li todos os argumentos do advogado de acusação e juntei com os meus argumentos de defesa para conseguir contra-atacar cada acusação”, contou Davi, que achou muito interessante e divertido participar da atividade.

A aluna Ana Beatriz Seibel Pinto Andreão, do 8° ano B, que ficou com o papel de advogada de acusação, também se saiu muito bem na simulação.

“Eu busquei extrair o máximo de argumentos de dentro do próprio livro, tanto do texto quanto das imagens. Como a obra é narrada por Bentinho, o acusador, há muitos argumentos contra Capitu. Mesmo eu não acreditando nesses argumentos, eu só precisei coletá-los e explicá-los”, afirmou Ana.

A estudante também aprovou a atividade. “Eu gostei muito! Além de ter tido a oportunidade de ler um ótimo livro, eu trabalhei a capacidade de interpretar e analisar tanto o texto verbal quanto o não verbal”.

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