Alfabetização em tempo de quarentena

A chegada ao primeiro ano do Ensino Fundamental, por si só, já traz uma série de mudanças, dentre elas, o espaço, os colegas e novos professores. Traz também adaptações e expectativas da família.

O ingresso da criança em um novo ciclo escolar carrega um significado especial, pois para muitos representa a formalização da educação, a construção de novos saberes e a aquisição da leitura e da escrita.

Em tempo de isolamento social, no qual o lar virou espaço de trabalho e estudo, as notícias chegam desencontradas e as famílias sofrem com tantas informações. Um exemplo é afirmar que a alfabetização se torna impossível nesse período e que temos um ano “perdido”.

Sendo assim, venho propor algumas ações que podem auxiliar a família na participação desse momento tão rico e encantador e, desse modo, escrever uma nova história.

Para tal, faz-se necessário considerar que o ato de ensinar e aprender ultrapassa o lápis e o papel e, portanto, esse processo está conectado a todas as experiências vivenciadas pela criança. Isso inclui dizer que todas as habilidades desenvolvidas durante a Educação Infantil, dentre elas a percepção   da figura humana, a lateralidade, a percepção visual e auditiva, a coordenação motora, a fala e o reconhecimento da linguagem escrita, são formas de comunicação entre as pessoas.

A partir desse princípio é possível listar algumas possibilidades de trabalho em casa:

– Crie uma rotina, isso inclui horário para acordar, se alimentar, estudar e brincar. Esse período deve ser seguido nos dias úteis. Nos finais de semana, use a flexibilidade.

– Considere a brincadeira como a melhor ferramenta de aprendizagem. É por esse caminho que a criança constrói conhecimento e desenvolve habilidades.

– Acompanhe o que está sendo proposto pela escola. As atividades são planejadas de modo que a criança possa evoluir na alfabetização. Acompanhar a sequência didática indicada, seguindo o passo a passo, auxilia a família no acompanhamento do desenvolvimento do aluno. A escola, com certeza tem oferecido tarefas de acordo com o nível de evolução que seu filho se encontra, seja ele um leitor iniciante ou não.

– Mantenha o diálogo com a escola, pois a equipe pedagógica está preparada para sanar suas dúvidas e vai ser o “filtro” entre o que fazer ou não nesse momento. Então não tenha medo, pergunte sempre.

– Faça um “Diário de conquistas” de leitura e escrita, pode ser no próprio caderno da criança. O escritor/leitor iniciante deve escrever palavras que já sabe ler e escrever. Já o escritor/leitor fluente deve ser convidado a avançar na escrita de frases e histórias. O importante nesse momento é a criança perceber a função social da escrita.

– Leia histórias com entonação, mude a voz de acordo com os personagens, assista filmes, faça listas, receitas, aproveite cada momento com seu filho, isso ajuda na criação de laços de afeto e desperta na criança a curiosidade, a criatividade e habilidade leitora.

– Aproveite os jogos que já estão disponíveis em casa e resgate brincadeiras “esquecidas”, como Forca, Adedonha, Soletrando… pois é na interação com o outro que criança aprende.

Enfim, acredite que esse momento é favorável, sim, para aprendizados e, principalmente, seja flexível e exemplo de resiliência para as crianças.

 

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